Caros colegas, posto meu texto sobre os "nós" de nossa profissão de professor. Espero que gostem. Abraços a todos.
DESATADOR DE NÓS
Falar de nós? Que coisa mais amarrada! Desata esse nó, deixa a linha correr no tempo, trilhando seu caminho. O caminho pode não ter sido tão suave, mas quem escolheu ser professor, escolheu desatar os nós que prendem na ignorância, apertam na dúvida, sufocam no desconhecimento.
O professor desata nós, embora – pelo que se saiba – ainda não o tenham canonizado, tampouco construído igrejas e templos em seu louvor e homenagem. É que o milagre do professor parece, digamos, tão natural. Um professor puxa daqui, outro estica dali, outro afrouxa de acolá e, assim, como que por milagre, pode ser que, um dia, o nó do aluno se desfaça, libertando-o da incompreensão.
Poderá ele pensar: Que professor mais danado! Só agora entendo o que tanto há me explicado! Neste dia, à noite, é possível que não faça nenhuma prece em agradecimento ao professor. Faltou-lhe ensinar algo muito importante: que ensinar é divino.
Mas qualquer dia, num cruzamento de ruas, num trevo de estrada, num nó da vida, pode o aluno te encontrar e verbalizar sua gratidão. Deus sabe das coisas: primeiro era o verbo. Verbo ensinar, verbo belo se bem conjugado.
Lindo é ensinar que as palavras, que jazem na santa paz, organizadamente em seus devidos espaços no dicionário, podem, muito rebeldes, se unir e formar frases. Mais ainda: se essas frases se chegarem umas às outras e dialogarem, criando fortes nós, farão um texto coeso.
Porém a coerência de tudo se dará mesmo, se o aluno, de mão dada ao professor, aprender que o texto no papel, fino e plano como um espelho, não apenas reflete o mundo, mas pode – grande milagre – transformá-lo.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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